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domingo, 19 de setembro de 2010

ALGUNS POEMAS DE LÊDA SELMA

Silêncio é vastidão do nada
e poesia, um colibri verdourado,
com hálito de primavera,
a polinizar desertos e escuridões.
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O amor que irrompe da estiagem
é abrupto como um insulto:
acende lareira na alma
e carboniza o coração.
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Araguaia de aruanãs, de saudades ao relento,
do pescar ágil das garças, das gaivotas em alvoroço,
das madrugadas sozinhas, deitadas ao léu, n’areia,
sob algazarra de estrelas.
Araguaia abençoado, alma dos Carajás.
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Esta ferida vermelha,
bem aqui, do lado esquerdo,
seria só cicatriz
se dor não fosse ainda.
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O tempo é pressa. A espera, passo.
Se corro, canso. Se ando, paro.
A vida é fio. O sonho, laço.
Se amo, arrisco. Se desisto, parto.
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No silêncio do olhar ausente
se esconde a dor e refugia o medo
e morre o sonho que se fez finito.
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